Por Bruno Borges
Versão 1 - De 2 de junho de 2021
Esse é um plano simples onde alguém investe um valor fixo mensal durante 25 anos para poder receber no final desse período uma renda passiva mensal equivalente a 1 a 3 vezes o aporte mensal realizado, renda essa que foi e se manterá corrigida pela inflação o resto da vida.
Não tome esse material como uma análise de ativos ou recomendação de compra ou venda de investimentos em específico.
Existem várias formas de elaborar o plano de acordo com o aporte padrão e o período de tempo que se pretende investir. Veja a seguir uma tabela que mostra qual a renda passiva atingida de acordo com o aporte padrão mensal e o período de acumulação e note que em 25 anos, a renda passiva é equivalente a no mínimo o aporte mensal e no máximo 3 vezes o mesmo (valor a preço de hoje, mas que estará corrigido pela inflação).
Os investimentos são divididos em 4 classes básicas
As proporções de valor avaliado dos ativos em cada uma das classes deve ser rebalanceado sempre que atingirem uma distorção de pelo menos 10% em relação à proporção ideal e os aportes mensais devem ser feitos nas classes corretas afim de atingir ou manter a proporção ideal.
Esse investimento deve ser feito em ativos de renda fixa indexados à inflação brasileira (IPCA, IGPM e etc). A primeira opção são os títulos públicos brasileiros de longo prazo pós-fixados em inflação evitando os juros semestrais para não pagar o IR antecipadamente. Uma segunda opção são os títulos do tesouro americano, que nesse caso não precisam ser pós-fixados na inflação já que o dólar é uma moeda mais segura contra a inflação brasileira. Alguns ETFs da bolsa americana de exemplos são USHY, SCHP, IEI, IEF, BND, VTI e TLT. Ainda no Brasil, existem também outras opções como o CDBs, RDBs, debêntures ou fundos de renda fixa pós-fixados em inflação, mas esses não possuem liquidez, então alocar muito neles.
Esse investimento é feito em terras ou ativos imobiliários pois são escassas e devem ser ajustadas naturalmente pela inflação além de retornar ganhos com valorização da região e usufruto durante os anos. Lembrando que o foco não são os dividendos, mas o valor do imóvel. Entre as opções mais versáteis temos os fundos imobiliários no Brasil (FIIs) que são interessantes pelo maior conhecimento que temos das regiões do próprio país, mas que por outro lado possuem uma tributação pesada sobre o ganho de capital (15%), mas também temos os fundos imobiliários americanos (REITs) que possuem uma boa isenção no ganho de capital, mas que estão numa situação econômica distante da nacional o que dificulta as análises. É importante ressaltar que pode ser interessante diversificar entre FIIs e REITs para evitar riscos de crises não sistemáticas, devido a questões políticas de cada país, por exemplo. Existe ainda a opção de investir de forma direta num imóvel ou terreno esperando uma boa valorização em alguns anos, o que exige um grande capital e alguns custos com regularização e manutenção.
Esse investimento, diferente dos demais, não possui muita previsibilidade de reajuste pela inflação, mas deve acompanhar o crescimento da economia nacional, que no longo prazo deve ser maior que a inflação. A ideia de escolher a economia nacional é que se torna mais fácil escolher bons negócios uma vez que elas operam no próprio país, mas também pelo fato do Brasil ser uma grande economia na américa do sul. O objetivo é pura e simplesmente ter participação em empresas sendo sócio através do mercado acionário. É recomendado a utilização de ETFs como BOVA, BRAX e SMAL. O objetivo é participar do crescimento econômico e não necessariamente superar esse crescimento, mas fica a critério de cada um fazer uma gestão personalizada de carteira de ações com empresas específicas ou escolher algum fundo de investimento em ações para tentar superar o crescimento nacional, mas isso não é necessário.
O objetivo desse investimento é semelhante ao da participação econômica nacional mas com participação em empresas multinacionais que capturam melhor o crescimento econômico internacional, além de minimizar os riscos não sistemáticos que venha ocorrer apenas no Brasil devido a questões políticas, por exemplo. A recomendação é escolher índices gerais da economia e não empresas específicas, mas isso fica a critério de cada investidor. Algumas opções interessantes para exemplos são ETFs que apresentam uma seleção de empresas pagadoras de dividendos e sólidas como SPY, FNDX, SPHD, SCHD, VIG, DGRO, PEY, IVV e PFF.
A média de valorização estimada da carteira está entre 4 e 12% ao ano acima da inflação mas podem ocorrer anos de desvalorização no curto prazo (1 a 5 anos);
A renda passiva segura estimada já reajustada pela inflação após os 25 anos é entre 1 a 3 vezes o valor definido como aporte mensal (em 25 anos) ;
Caso sejam usadas carteiras administradas para a escolha de ações ao invés de índices gerais, o risco máximo, embora muito remoto, é de que a renda passiva mínima esperada caia para 40% do aporte padrão;
Não é preciso ter apenas essa carteira de ativos como único plano de investimentos, você pode ter outros planos paralelos de investimentos;
A carteira de ativos deve passar por momentos de volatilidade, nos quais deve ser feito um rebalanceamento;
Caso não consiga aportar o suficiente em um mês, compense nos meses seguintes não deixando passar de 12 meses sem compensar tudo;
Ao realizar aportes maiores que o padrão em um único mês, evite ultrapassar de 3 vezes o aporte padrão, distribua o montante ao longo dos meses seguintes;
É possível que em diferentes períodos, diferentes ativos sejam mais interessantes, tendo como base os objetivos de cada classe, avaliasse o melhor;
Pelo menos metade dos ativos em cada classe deve ter liquidez de pelo menos D+30 para permitir rebalanceamentos.
Em breve estaremos disponibilizando aqui um caso real de aplicação desse plano